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Inovações na Guitarra: Como Sean Daniel Melhora a Educação Musical com Teoria, Humor e Tecnologia

Nesta entrevista exclusiva, o talentoso guitarrista e criador de conteúdo no YouTube compartilha suas maiores influências, seu amor pela tecnologia musical e os segredos do seu sucesso contínuo.

Sean Daniel é um guitarrista habilidoso, um instrutor e criador de conteúdo incansável, além de ser um cara muito carismático e divertido. Unindo teoria musical a uma abordagem de ensino envolvente e divertida, Sean ajudou inúmeros guitarristas iniciantes a liberarem seu potencial musical e a encontrarem sua própria voz através do instrumento. Ele também se dedica a apresentar as maravilhas da tecnologia de IA para outros músicos que podem ser um pouco mais resistentes à ideia.

Tivemos o privilégio de conversar com Sean para saber um pouco mais sobre sua jornada musical, sua filosofia de ensino, e as maneiras inovadoras como ele integra ferramentas de IA, como o Moises, em sua arte.

Moises: Sean, vamos começar perguntando sobre sua jornada como músico. Como você descobriu sua paixão por tocar guitarra e quem foram suas grandes influências neste início?

Sean Daniel: Comecei a tocar guitarra no último ano do ensino médio. Eu tinha uma aula em que havia apenas quatro alunos e não tinha muita supervisão. Então, um dia, alguém levou uma guitarra e nós nos revezamos para que cada um tocasse um pouco. Quando eu segurei a guitarra pela primeira vez, pensei: "Acho que consigo aprender a tocar guitarra". Imediatamente, eu tive a visão de onde eu poderia chegar com isso. Acabei comprando uma guitarra de um amigo e foi aí que eu realmente mergulhei de cabeça.

Acho que eu tive muita sorte de ter gostado de Hendrix e Zeppelin logo de cara, é o lugar perfeito para começar - tem tudo sobre riffs e ritmos. Então, no primeiro ano da faculdade, eu passei a ouvir muito Elliott Smith. Eu basicamente aprendi toda a discografia dele sozinho a partir de tablaturas da internet, no meu dormitório da faculdade.

M: Você poderia descrever quando começou a transição de tocar músicas de Elliott Smith para compor suas próprias músicas? Como foi esse processo?

SD: Foi um processo muito natural, e o fato de eu ser uma pessoa meio palhaça e brincalhona naquela época ajudou bastante. Quando eu tinha que fazer um projeto para a escola, eu escrevia e gravava alguma música engraçada e informativa, em vez de fazer um trabalho escrito. Isso foi mais ou menos na mesma época em que a gravação caseira se tornou muito acessível. Então, aquilo que começou como criar músicas engraçadas para fugir de trabalhos escolares mais difíceis, logo se transformou em algo como ‘Acho isso é algo que as pessoas parecem gostar e talvez eu devesse levar mais a sério.’ Foi uma transição natural para a minha experiência intensa na faculdade, período em que comecei a compor minhas próprias músicas.

M: Nos últimos anos, seu canal do YouTube e cursos online de guitarra ganharam muitos seguidores. O que te inspirou a começar a criar conteúdo de tutorial para aspirantes a guitarristas? E, com tantos professores de guitarra online atualmente, o que você acha que foi a chave para o seu sucesso?

SD: Foi meio que por necessidade e acidente ao mesmo tempo. Quando comecei meu canal no YouTube, eu já dava aulas particulares, fazia apresentações ao vivo e gravava música. Eu tinha a vantagem de ser autodidata, o que possibilitou eu tornasse as coisas mais divertidas para meus alunos. Acima de tudo, eu queria que eles gostassem do instrumento de verdade. Acredito que tornar minhas aulas envolventes e carismáticas, aumentou o interesse dos meus alunos, e eu levei essa mesma energia para o YouTube. Era difícil encontrar tutoriais online que explicassem a teoria musical de maneira eficiente e que trouxessem o tipo de humor e carisma que eu colocava nas minhas aulas. E o meu canal preencheu essa lacuna, quando comecei a fazer vídeos.

M: Sabendo que você é uma pessoa que traz tanto humor e carisma para seus vídeos, fale um pouco sobre quem são suas influências fora do mundo da música.

SD: Sem dúvidas, Steve Martin é a pessoa com quem mais me comparam. E o engraçado é que eu sempre ouvi o nome dele durante minha infância e adolescência, mas não sei se tenho noção de toda dimensão do trabalho dele. Então eu acredito quando falam que ele é um cara incrível. Mas falando das minhas referências pessoais, creio que meu senso de humor venha de um misto de South Park e Larry David.

M: Algo que a gente valoriza muito no seu canal é que você não se limita a ensinar técnicas de guitarra e fazer covers. Muitos dos seus vídeos trazem ferramentas e tecnologias inovadoras usadas nos seus próprios estudos. Você pode compartilhar sua experiência com a inteligência artificial, mais especificamente com o app Moises, por que você decidiu utilizá-lo nos seus tutoriais?

SD: Olha, eu entendo que 'inteligência artificial' é uma expressão que assusta as pessoas criativas. Mas resistir a isso é inútil, pois a IA veio pra ficar. Então, sabendo que ela existe e que está melhorando a cada dia, por que não usá-la da melhor forma possível para deixar as coisas mais interessantes? A minha opinião é que se você não se dedicar a entender como essas tecnologias funcionam e usá-las a seu favor, você vai ficar para trás.

Então, um app como o Moises é sensacional. E o que é mais impressionante é que ele não substitui pessoas criativas, na verdade ele veio para ajudá-las.

O Moises é uma ferramenta educacional poderosa que ajuda músicos a analisarem e compreenderem os diferentes elementos da música. Quando você faz o upload de uma música no Moises e ele fornece as faixas separadas em segundos, você passa a ter uma perspectiva totalmente nova do que é necessário para criar uma música. E ter acesso a uma ferramenta que separa cada faixa, fornece os acordes, o tom e o BPM é inacreditável para quem é músico. Na época em que eu estava aprendendo as músicas do Elliott Smith na faculdade, o Moises teria sido muito útil.

M: Além da separação de faixas, de que outras formas você usa o Moises em sua produção musical diária? De que modo ele aprimorou sua forma de tocar e ensinar?

SD: Eu diria que a principal ferramenta é a de encontrar o ritmo de uma música, é uma função sensacional. E poder alterar o ritmo de uma música sem afetar o tom, faz total diferença. Ter a possibilidade de repetir uma parte específica da música, isolar um instrumento (como a guitarra) e diminuir a velocidade para praticar é incrível. Pra mim, essa é a funcionalidade mais importante para quem está aprendendo a tocar guitarra.

M: Você mencionou que o Moises é uma ferramenta excelente, principalmente para quem está começando na música. Você enxerga outras formas que apps, como o Moises, podem impactar positivamente músicos iniciantes?

SD: Acredito que o impacto mais significativo seja a eficiência em separar as faixas para o estudo. E um impacto secundário seria a melhor compreensão das gravações multi-faixas, considerando que antes não era algo tão acessível. Além disso, ter uma seção para mixagem no próprio aplicativo, em que é possível ajustar volumes e experimentar com efeitos, também pode abrir os olhos dos usuários para o processo de gravação e aumentar o interesse por essa arte.

M: Você tem dicas para os músicos (tanto iniciantes quanto mais experientes) interessados em incorporar tecnologias de IA, como o Moises, em seus estudos?

SD: Minha maior dica é: ouça músicas novas. É impressionante como muitos profissionais experientes que conheço não escutam nada que foi lançado nos últimos cinco anos. É inacreditável como muita gente cristaliza seu gosto musical e nunca vai além de determinado limite, algo que, na minha opinião, está no mesmo contexto de resistir às novas tecnologias. Acho que muitos músicos ficariam bem empolgados e menos preocupados com o futuro da música se ouvissem o que está sendo produzido atualmente e imaginassem como podem incorporar ferramentas modernas em seus próprios trabalhos.

M: E quais são os próximos passos para Sean Daniel? Como você vê seu canal daqui a alguns anos e quais são seus objetivos para o futuro?

SD: Por enquanto, vou fazer o check-out deste hotel incrível e vou partir para a maravilhosa metrópole chamada Winnipeg. E assim que eu voltar para Los Angeles, vou continuar criando músicas e mostrando um pouco sobre novas tecnologias do momento, seja sobre o Moises ou outras marcas de equipamentos musicais, vou seguir fazendo vídeos para meu canal e tentando tornar a música, a teoria musical, a educação musical e a tecnologia musical o mais acessíveis possível para todos, por meio do YouTube. Além disso, vou buscar mais oportunidades de apresentações ao vivo, pois eu adoro sair e ter contato com pessoas, por isso estou sempre na estrada.

M: Para finalizar, quem são seus quatro guitarristas favoritos de todos os tempos?

SD: Então, primeiro temos o Elliot Smith. Em seguida, Jonny Greenwood do Radiohead, Jimi Hendrix está em terceiro. E, por fim, Adrianne Lenker da banda Big Thief, eu gosto muito dela e acho que ela não recebe reconhecimento o suficiente como guitarrista, cantora e compositora.

Confira um dos vídeos de Sean falando sobre o Moises:

Entrevista conduzida e escrita por Jesse Stanford, Company Cue.

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