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Dicas com Eloy Casagrande: Conselhos exclusivos do baterista marcante do Slipknot

Eloy Casagrande conquistou seu espaço como um baterista memorável no metal. Sua história é de paixão, precisão e expansão dos limites do que é possível fazer na bateria. Em uma entrevista exclusiva com o Moises, ele fala sobre suas raízes brasileiras, seu processo criativo e seus hábitos de estudo e prática, além de conselhos valiosos para músicos.

Entre os bateristas do metal moderno, o nome de Eloy Casagrande se destaca. Com seu estilo poderoso e enérgico e sua precisão técnica, ele deixou uma marca duradoura na cena musical nacional e internacional. Desde seu começo como um prodígio mirim até seu papel atual como baterista do Slipknot, Eloy traçou uma jornada de dedicação, inovação e busca incansável pela excelência.

Em uma entrevista exclusiva com o Moises, Eloy compartilha fatos sobre sua carreira, suas influências e sua abordagem para dominar a bateria. Ele também oferece dicas importantes para músicos que querem evoluir, trazendo um vislumbre da mentalidade de um dos bateristas mais respeitados do metal.

Continue lendo e aprenda com Eloy Casagrande!

Quem é Eloy Casagrande?

Eloy Casagrande é um baterista brasileiro conhecido por seu jeito intenso de tocar e seu domínio técnico, cativando um público global com suas performances enérgicas.

Nascido em 29 de janeiro de 1991, em Santo André (SP), Eloy demonstrou um talento excepcional desde cedo. Ele começou a tocar bateria aos sete anos e rapidamente conquistou reconhecimento enquanto um prodígio mirim, vencendo o Batuka International Drummer Fest em 2004, aos treze anos. Esse sucesso inicial abriu caminho para uma carreira que o tornaria um dos bateristas mais respeitados na cena do metal.

“Eu comecei a tocar bateria aos 7 anos. Aos 13, eu decidi virar um baterista profissional. Desde então, eu acho que toco bateria todos os dias.”

A carreira de Eloy deu um salto importante em 2011, quando ele se juntou à lendária banda brasileira Sepultura. Sua entrada trouxe uma energia nova e agressiva ao som da banda, e ele foi fundamental para revitalizar a música do Sepultura para uma nova geração de fãs.

Ao longo da próxima década, ele se estabeleceu como um nome de peso no metal, mesclando precisão técnica com potência bruta para criar um estilo único. Suas contribuições ajudaram a consolidar o legado do Sepultura enquanto uma das bandas mais notáveis da história do heavy metal.

Mas a jornada de Eloy não parou por aí. Em 2024, ele voltou às manchetes ao se juntar ao Slipknot, uma das maiores e mais influentes bandas de metal do mundo. Essa reviravolta não só marcou um novo capítulo na carreira do baterista, mas também demonstrou a versatilidade dele e a habilidade de se adaptar a diferentes cenários.

Herança musical e influências

O jeito de tocar de Eloy Casagrande é uma fusão dinâmica entre suas raízes brasileiras e sua paixão pelo metal, criando um som único que cativou muitas pessoas ao redor do mundo. Embora ele seja celebrado por sua execução poderosa e precisa no gênero do metal, sua base musical está profundamente enraizada nos ritmos ricos e diversos da música brasileira.

Crescendo no Brasil, Eloy mergulhou em vários estilos tradicionais como samba, baião e maracatu, que ele considera parte do seu DNA musical.

“Eu sou considerado um baterista de metal, mas, no passado, eu estudava toda a cultura brasileira de ritmos. Então eu tenho muito disso no meu DNA.”

Essas influências primárias moldaram profundamente a abordagem de Eloy em relação à bateria, dando a ele um vocabulário rítmico que vai além das convenções do metal.

A habilidade dele de misturar esses elementos contrastantes é o que faz Eloy se destacar em meio a outros bateristas. Ele frequentemente incorpora padrões brasileiros avançados às performances de metal, adicionando camadas de complexidade e profundidade rítmica. Essa mentalidade expandiu as fronteiras criativas de Eloy e redefiniu as possibilidades dentro do gênero.

Sua abordagem inovadora é evidente no trabalho dele com o Sepultura, em que ele incorporou ritmos tradicionais brasileiros ao som pesado e agressivo da banda. Isso continua no Slipknot, onde ele traz sua mescla característica de precisão e criatividade.

Como Eloy Casagrande entrou para o Slipknot?

A jornada de Eloy Casagrande até entrar no Slipknot é uma história de talento, preparação, e aproveitar a oportunidade certa. Em janeiro de 2021, Eloy lançou um drum cover impressionante da música “The Heretic Anthem”, do Slipknot, usando o Moises para criar uma base personalizada isolando e silenciando a bateria original.

“Lá em 2021, eu gravei uma música usando o aplicativo Moises… Gravei uma música do Slipknot.”

Essa abordagem inovadora permitiu que ele mostrasse suas habilidades de um jeito que se destacou, dando o seu toque especial a uma das músicas desafiadoras do Slipknot.

Eloy criou um vídeo que não só mostrou sua expertise na bateria, mas também demostrou sua atenção aos detalhes e sua dedicação ao que faz. A música original, gravada sem metrônomo, era um desafio significativo, com suas variações naturais no tempo.

Eloy praticou meticulosamente por semanas, aperfeiçoando cada batida e nuance para garantir que seu cover fosse o mais autêntico possível. Sua dedicação foi recompensada, chamando a atenção de Shawn Crahan, co-fundador e percussionista do Slipknot.

A performance de Eloy levou a um convite para uma audição para o Slipknot em dezembro de 2023 — quase três anos depois do vídeo. O processo de audição começou com uma série de vídeos gravados no Brasil, e Eloy usou novamente o Moises para treinar e preparar as faixas.

“Quando eu estava me preparando pra audição, eu usei o aplicativo Moises. Eu desacelerava algumas músicas para tornar o processo de aprendizado mais fácil e mais preciso. E eu estava, tipo, realmente preparado para tocar com eles.”

Após provar seu valor com os vídeos iniciais, Eloy foi convidado para Palm Springs para um teste presencial com a banda. Durante vários dias intensos, ele não apenas demonstrou sua destreza técnica, mas também sua capacidade de colaborar criativamente e se adaptar a novas ideias.

Seu comprometimento, versatilidade e paixão pela música causou uma boa impressão nos membros da banda. Ao final do processo de audição, Eloy havia garantido seu lugar como o novo baterista do Slipknot, marcando um grande momento em sua carreira.

Dicas de um profissional: O que Eloy Casagrande tem a dizer para você

Eloy Casagrande conquistou um espaço único para si no mundo da bateria, não apenas por suas habilidades técnicas extraordinárias, mas devido à sua abordagem inovadora ao instrumento.

Nesta seção, Eloy compartilha dicas valiosas que o ajudaram a se tornar o baterista admirável que é hoje. De dominar a técnica a superar bloqueios criativos, o que ele tem a dizer inspira músicos em qualquer estágio de sua jornada.

Dominando o timing e a técnica

Para Eloy, desenvolver um forte senso de tempo é fundamental para se tornar um grande músico. Ele enfatiza que ter controle sobre o andamento e o ritmo é crucial não apenas para bateristas, mas para todos os músicos.

Em nossa entrevista, ele destaca como exercícios de tempo são cruciais para qualquer músico, considerando que ninguém quer tocar com alguém que não consegue manter um ritmo consistente.

Eloy usa o aplicativo Moises para aprimorar suas sessões de prática, criando faixas personalizadas onde ele pode alterar a velocidade.

“Na maior parte da minha vida, eu só usava um metrônomo para dominar meu ritmo interno. Mas desde que descobri o aplicativo Moises, é muito mais divertido fazer isso — e é, tipo, muito mais interessante.”

Isso permite que ele toque músicas em velocidades mais lentas, focando em precisão e controle.

“Eu posso mudar a batida, o andamento, então posso deixar mais lento ou acelerar. Então, se eu quiser tocar bem devagar, posso começar (…) em 50 ou 60 BPM”.

Eloy acredita que, ao praticar em ritmos mais lentos, os músicos conseguem construir um timing mais sólido e, eventualmente, tocar rápido com mais precisão.

“Quanto mais devagar você conseguir tocar, mais rápido você vai dominar o seu tempo interno.”

Aperfeiçoando a técnica do pedal duplo

Dominar o pedal duplo é um dos aspectos mais desafiadores da bateria, exigindo tanto resistência física como precisão técnica. A abordagem de Eloy envolve usar o aplicativo Moises para praticar diferentes velocidades e padrões, aumentando gradualmente o andamento para desenvolver força e velocidade.

Durante nossa entrevista, Eloy Casagrande revela como ele evoluiu sua rotina de treino para o pedal duplo. Antes, ele usava um metrônomo e mudava manualmente o andamento a cada cinco minutos, aumentando a velocidade. Agora, ele usa o aplicativo Moises para tornar suas sessões de treino mais envolventes e eficientes.

Com o Moises, a abordagem atual de Eloy envolve:

  • Escolher uma música e carregá-la no aplicativo;
  • Ajustar o andamento para uma velocidade média;
  • Aumentar gradualmente o andamento e se desafiar até chegar no limite.

Eloy acredita que este método é a maneira mais eficaz de melhorar e dominar a técnica do pedal duplo. Ao usar o Moises, ele pode criar um ambiente de prática mais dinâmico e agradável, focando em desenvolver velocidade e resistência.

Usando o Moises para exercícios criativos de bateria

Quando se trata de tocar bateria, Eloy acredita que a criatividade é tão importante quanto a habilidade técnica. Ele usa o Moises para explorar diferentes padrões rítmicos e experimentar com a mistura de gêneros, como incorporar ritmos tradicionais brasileiros ao metal. “Imagine se eu trouxer o padrão do samba para uma música de rock ou metal”, ele sugere. Ao manipular o andamento e isolar diferentes instrumentos, Eloy pode experimentar com padrões complexos e criar composições únicas de bateria.

Essa liberdade criativa permite que ele mantenha suas sessões de prática dinâmicas e interessantes, ultrapassando os limites da bateria convencional. Não é apenas sobre técnica; é sobre unir esses elementos opostos ao tocar.

Superando bloqueios criativos

Até mesmo os músicos mais experientes enfrentam bloqueios criativos. Quando Eloy tem dificuldade com novas composições ou sessões de gravação, ele se dá um tempo.

“Às vezes eu também sinto que estou com um bloqueio criativo (…), especialmente quando tenho que gravar um novo álbum, ou tenho que compor novos grooves (…). Então o que eu gosto de fazer é parar por um tempo — talvez dar uma pausa (…) de, tipo, um dia, ou dois dias, para você refrescar sua mente; ouvir diferentes tipos de música (…).”

Segundo o baterista do Slipknot, isso abre espaço para a criatividade voltar a fluir. Ao se permitir tempo para recarregar, Eloy cria espaço para novas ideias e inspirações, o que facilita retomar tarefas com uma perspectiva renovada.

Encontrando sua voz enquanto músico

Desenvolver um estilo pessoal é essencial para qualquer músico, e Eloy acredita que a autenticidade é fundamental. Ele aconselha a não imitar os outros, incentivando os músicos a deixarem sua essência brilhar ao tocar.

“Desde o começo, eu não estava tentando copiar ninguém. Eu estava apenas tentando tocar minha música, e estava tentando (…) ser o mais natural que podia.”

Para Eloy, é necessário se expressar de forma genuína por meio do instrumento, mesmo quando gostos e estilos vão mudando.

“Para desenvolver seu jeito de tocar, uma maneira única de tocar, posso te aconselhar a tocar todos os dias — isso é o mais importante, ficar sempre conectado ao seu instrumento e ouvir sua voz interior. Você tem que ser você mesmo no instrumento.”

Buscando inspiração em diferentes formas de arte

A criatividade de Eloy não se limita à música. Ele busca inspiração em várias formas de arte, incluindo cinema, literatura e artes visuais. Essa exposição artística diversificada enriquece seu repertório na bateria, trazendo novas ideias e perspectivas que ele pode incorporar à música.

Ele encoraja os músicos a explorarem diferentes formas de expressão e estarem abertos a aprender com o mundo ao seu redor. “Simplesmente se abra ao mundo para que você possa aprender mais”, ele aconselha. Ao ampliar seus horizontes artísticos, os músicos podem aprofundar sua criatividade e desenvolver mais nuances na própria voz.

Ser fiel à sua jornada artística

Para Eloy, a música é uma forma de arte profundamente pessoal e expressiva. Ele acredita que ser fiel a si é essencial, mesmo diante de pressões externas. Seu estilo único de tocar bateria não é algo que ele escolheu conscientemente, mas uma expressão autêntica de como ele sente e interpreta a música.

O conselho de Eloy para os músicos é respeitar sua própria jornada artística, abraçando sua voz e suas experiências únicas. “Você tem que respeitar sua vida, você tem que respeitar suas necessidades,” ele diz. Ao fazer isso, você pode criar uma arte verdadeiramente sua, cheia de autenticidade e paixão.

Notas finais

Em suma, a jornada de Eloy Casagrande é um exemplo de paixão, dedicação e um compromisso inabalável com sua arte. Desde seus primeiros dias como um prodígio no Brasil até sua atuação em bandas icônicas como Sepultura e Slipknot, o caminho dele é inspirador e cheio de lições.

Ao longo da nossa entrevista exclusiva, Eloy compartilha insights valiosos que vão além da técnica de bateria — ele fala sobre a importância de ser fiel a si, abraçar a criatividade e evoluir continuamente na música.

Seja você um músico experiente ou iniciante, a história e os conselhos de Eloy servem como um lembrete de que a maestria vem tanto da prática como de superar limites.

À medida que você avança na sua jornada musical, lembre-se destas lições: toque todos os dias, ouça sua voz interior e nunca pare de explorar as vastas possibilidades que a música oferece.

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Camila Miranda

Brazilian, with a background in Psychology and currently pursuing a postgraduate degree in Communication & Marketing. Music lover, with my voice being my primary instrument, but I can also play the guitar — and I've played around with the bass. Proud mom to many pets and an enthusiast of tattoos and hair makeovers.

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