O Moises Jam Sessions tem o orgulho de apresentar "Embers", a nova criação de Jordan Rudess — o aclamado tecladista do Dream Theater e do Liquid Tension Experiment, que também possui uma brilhante carreira solo. A música que estará em seu próximo álbum, foi criada especialmente para o concurso do Moises.
Além de nos presentear com a composição, Jordan Rudess compartilhou as inspirações por trás de "Embers", seu processo criativo e muito mais. Confira na entrevista abaixo!
Desvendando "Embers": Uma conversa com Jordan Rudess
Jordan Rudess revela seu entusiasmo sobre como a tecnologia musical pode melhorar o aprendizado, a performance e o prazer proporcionado pela música — um sentimento que se alinha perfeitamente com a missão do Moises.
"O Moises e toda a equipe por trás do App têm uma missão tecnológica parecida, contando com profissionais incríveis e super qualificados que criam ferramentas inovadoras para músicos." (Jordan Rudess)
Jordan quis criar algo com elementos claros e diferenciados para que os usuários pudessem identificar e analisar detalhadamente. Uma música que, embora tenha uma estrutura reconhecível, oferecesse complexidade e sutileza.
"Embers" é uma música de rock progressivo, e Jordan cita influências de bandas como Genesis, Yes e Pink Floyd. Ele reconhece que esse estilo musical possui seus desafios, como as estruturas de acordes complexas. No entanto, ele acredita que o Moises tem a capacidade de "facilitar o entendimento de progressões musicais mais complicadas para músicos de todos os níveis". Além disso, ele acredita que as funcionalidades do Moises ajudarão os participantes a compreenderem os acordes e a estrutura de "Embers".
"O que eu adoro no Moises é que ele oferece uma base para que os participantes possam seguir sua própria intuição." (Jordan Rudess)
Confira as respostas de Jordan Rudess a seguir e descubra curiosidades sobre a canção "Embers"!
Moises: Quando você estava compondo a música, por qual parte você iniciou? Foi pelo refrão, pelas letras, por uma progressão de acordes específica...? E em relação aos instrumentos, qual foi o mais utilizado durante o processo de criação?
Jordan Rudess: Eu comecei pelo piano, que é o que eu costumo fazer. E, curiosamente, foi o refrão que surgiu primeiro. Como eu ainda tenho o hábito de escrever à mão, com lápis e papel, então eu fui anotando os acordes conforme os elaborava. A partir daí, estruturei o restante da canção. Adoro compor progressões de acordes que levam o ouvinte a uma jornada harmônica. Para essa música, eu quis alcançar um equilíbrio para que não ficasse muito complexa, mas ao mesmo tempo tivesse um interessante apelo harmônico.
Moises: Poderia falar um pouco sobre o espectro emocional escolhido para "Embers" e os motivos por trás dessas escolhas?
Jordan Rudess: Foi impossível não deixar os eventos do último ano influenciarem grande parte do espectro emocional de "Embers" e, de certa forma, de todo o álbum. Ao compor essa música, me vi digerindo grande parte do sofrimento e das incertezas que vivenciei diante de tanta agitação e dor. O sentimento de impotência e de medo — e a força que nasce ao perceber que dessas mesmas situações surge a motivação para resistir — tudo isso é algo muito pessoal e verdadeiro para mim.
De acordo com Jordan, é a sua condição humana que mais ecoa em "Embers", mais do que suas experiências como músico. A essência da canção é marcada por um "desejo desesperado por paz" (nas palavras dele) e pelo fim da violência.
Temas como força, resiliência e propósito também são partes fundamentais da composição. Como ele destaca, essas qualidades são "essenciais não só para o fazer musical, mas também para a vida".
Moises: Você poderia falar um pouco sobre progressão narrativa de "Embers", desde o início mais melancólico até a conclusão otimista?
Jordan Rudess: A sensação de derrota e ansiedade presente no começo da música não desaparece completamente conforme a narrativa avança. Acho que ela permanece lá (e provavelmente sempre estará). Contudo, à medida que a canção se desenvolve, há uma percepção de que a dor que causa essa desesperança é a mesma que nos dá forças para lutar. Há espaço para manter todos esses sentimentos conflitantes ao mesmo tempo. Eles se cruzam e se fortalecem mutuamente e é justamente nesse encontro que alcançamos nossa forma mais elevada de auto-realização e dispomos de melhores recursos emocionais para trabalharmos em direção a um mundo melhor.
Moises: "Embers" passa por uma trajetória harmônica repleta de acordes menores, maiores e de sétima dominante. Qual é o segredo para equilibrar criatividade e delicadeza com coesão e consistência na música?
Jordan Rudess: Para mim, é bastante intuitivo, e sou grato pela minha formação clássica na Juilliard por me dar as ferramentas e a base, assim como uma ampla visão musical, permitindo-me explorar variados estilos e técnicas.
A intuição que ele menciona está ligada ao conceito de "intuição de especialista": a capacidade de tomar decisões rápidas e precisas sem deliberação consciente, graças a um histórico de estudo e prática. Portanto, pode-se dizer que a imersão é a chave para refinar a musicalidade.
Moises: Diante da variedade de interpretações possíveis, como você imagina que os participantes usarão diferentes instrumentos e arranjos em suas versões de "Embers"?
Jordan Rudess: Eles podem substituir os vocais, criar novos solos de guitarra, reinterpretar melodias de piano e até incorporar novos instrumentos. O céu é o limite, e eu espero que músicos de todos os estilos se sintam convidados a embarcar na jornada de "Embers".
Ele também dá uma dica especial para os participantes, bem como para músicos em geral:
"Meu conselho para qualquer músico, independentemente do nível ou instrumento, é abordar cada novo desafio (seja musical ou não!) com coração, fluidez e paciência." (Jordan Rudess)
Moises: O que você espera que a comunidade do Moises aprenda ou vivencie ao experimentar com "Embers" neste concurso?
Jordan Rudess: Espero que eles aprendam novos acordes e explorem novas abordagens estilísticas. Também desejo que se divirtam com o desafio do incrível solo de guitarra do Bastian Martinez e se inspirem para criar os próprios solos! A intenção é que "Embers" sirva para expandir as fronteiras musicais deles e seja um recurso para avançarem em suas carreiras musicais.
"Embers": Acendendo o Desejo de Liberdade e Paz
No fundo, "Embers" é o reflexo da experiência coletiva da humanidade. A obra espelha nossos conflitos, o desejo de paz e liberdade, e as nossas lutas íntimas contra a adversidade. A composição também ressalta a resiliência necessária na busca pela paz interior, assim como pela paz universal.
Jordan Rudess expressa sua "mais profunda esperança de que todos os ouvintes e participantes do concurso possam se identificar com o conceito de liberdade".
Ele define liberdade como a capacidade de escolher nossas vidas e destinos, bem como a oportunidade de viver de forma autêntica e com dignidade. E de acordo com Jordan, desejamos essa liberdade não apenas para nós mesmos, mas também para os outros.
"Esse é o meu maior sonho para o mundo e para você." (Jordan Rudess)